Por Cláudia Sousa Andrade
As rotinas são
atividades padrão que se repetem quase sempre da mesma forma. Enquanto adultos,
estas fazem já parte do nosso quotidiano sem que por vezes nos demos conta.
Tomamos café de
manhã e quase sempre no mesmo sítio, vamos ao mesmo supermercado, estacionamos
o carro no mesmo lugar ou fazemos as refeições todos os dias às mesmas horas.
São as rotinas que nos ajudam a organizar o nosso dia a dia e a torná-lo estável.
Nas crianças as
rotinas são úteis para a aprendizagem do auto-controlo. As rotinas devem ser
consistentes, isto é, devem acontecer, mais ou menos na mesma altura e
aproximadamente da mesma forma.
Quando assim é,
estas têm a função de promover o conforto e dar um sentido de segurança à
criança. Quando estas sabem o que vai acontecer a seguir sentem-se mais
tranquilas emocionalmente.
Quando os pais
ou cuidadores são firmes nas rotinas, ensinam as crianças a confiar neles
aprendendo que estes lhes vão dar aquilo que precisam. Quando surge esta sensação
de segurança, elas podem dedicar-se ao seu “trabalho” de brincadeira,
exploração e aprendizagem.
As rotinas
estáveis aproximam a criança do seu cuidador e ajudam a reduzir as birras na
medida em que permitem antecipar o que vem a seguir, dando confiança e sentido
de controlo (por exemplo a leitura da história antes de dormir).
As aptidões
sociais também são desenvolvidas com as rotinas, dado que estas promovem a
aprendizagem de padrões e rotinas de interação social.
Os pais ou
cuidadores devem ser firmes, no entanto, não necessitam de viver em regime
militar. È importante que, por exemplo, ao fim de semana ou férias as rotinas
possam ser alteradas, no entanto é fundamental que se fale com a criança e se
explique porque é que existe essa diferença, de modo a não criar confusão ou
frustração quando se retomar a rotina habitual.
É importante
perceber que ao estabelecermos rotinas nas nossas crianças estamos também a
promover dois ingredientes importantes para a aprendizagem: a interação e a
repetição.