quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Transição para a parentalidade

Por Cláudia Sousa Andrade
O nascimento de um filho provoca um período de instabilidade nos comportamentos, com a entrada numa nova fase do ciclo de vida da família, a complexificação e ampliação
do sistema familiar e a transição para a parentalidade. Verifica-se que a transição para a parentalidade é considerada uma fase das mais dramáticas e intensas que o ser humano enfrenta (Martins et al, 2017).
A aquisição das competências parentais é uma tarefa complexa, para a qual são necessárias adaptações e reorganizações, que podem por em risco a saúde e o bem-estar dos adultos bem como o desenvolvimento da criança. Esta é também uma tarefa multidimensional que engloba aspetos de dimensão pessoal, cultural, da  padíade e social (Gauthier & deMontigny, citados por Martins et al, 2017)
A transição para a parentalidade é facilitada ou dificultada por vários fatores como seja o significado que a própria situação tem para os pais, por atitudes e crenças, conhecimento e preparação para o seu exercício. A nível da social, também esta dimensão pode facilitar ou dificultar a transição, em termos de suporte familiar, o nível socioeconómico e cultural, etc.
No âmbito das funções da parentalidade os pais apresentam respostas comportamentais, emocionais e cognitivas, e as suas funções enquadram-se na “satisfação das necessidades básicas”, em “ disponibilizar à criança um mundo físico organizado e previsível”, em “satisfazer as necessidades de afeto, da confiança e de segurança”, bem como satisfazer as “necessidades de interação social da criança” e as  “necessidades de compreensão cognitiva das realidades extrafamiliares”  (Cruz, 2005).Estas funções enquadram-se no artigo 27º da Convenção sobre os Direitos da Criança, que indica que é da responsabilidade parental, de acordo com as suas competências e capacidades financeiras, condições de vida necessárias para permitir o desenvolvimento da criança
 Para além destas funções, os pais desempenham ainda outros papéis importantes, como seja o de parceiros de interação, o de instrutores diretos no planeamento e implementação de estí mulos de aprendizagem.

À medida que este processo evolui e que a criança cresce e se desenvolve, o processo da parentalidade também sofre adaptações e reorganizações. A adaptação continua que implica um processo de gestão de novas emoções, comportamentos e preocupações.

Fontes bibliográficas:
Martins, C.; Abreu, W.; Figueiredo, M. C. (2017) Tornar-se Pai ou Mãe: O desenvolvimento do processo parental in  Actas do 6 º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa: Investigação Qualitativa em Saúde vol.2 pp 40-49

Cruz, O. (2005)  Parentalidade 1ª Edição, Quarteto, Coimbra