segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Entrega de certificados às cuidadoras participantes no Projeto Local de Santa Maria Maior

Decorreu no dia 21 de novembro de 2012, a entrega de certificados a nove cuidadoras que participaram no Projeto Local de Santa Maria Maior.

A cerimónia a que comparecerem alguns dos parceiros do projeto local, do Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais, teve lugar no Auditório do Centro Comunitário da mesma freguesia, tendo sido nosso anfitrião o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.

Ao longo da referida festa, foi passado um vídeo com imagens de alguns momentos emblemáticos das atividades vivenciadas ao longo do projeto local, incluindo as ações, dinâmicas e formação descritas no Manual de Formação, bem como passeios, convívios e ações conjuntas com os outros projetos locais que decorrem no âmbito do Programa. Foram ainda destacadas algumas das protagonistas, entre as participantes, as Gestoras de Grupo e os elementos da equipa técnica. 

Depois de uma das mães participantes, proceder à leitura de uma declaração em nome de todas as participantes, o Senhores Presidente da Junta de Freguesia e o Diretor de Serviços de Promoção de Ação Social, do Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM, procederam à entrega dos certificados.

O Diretor de Serviços de Promoção de Ação Social encerrou a cerimónia fazendo um agradecimento às cuidadoras que participaram no Projeto Local de Santa Maria Maior, referindo a sua esperança nos frutos desta formação e colocando a instituição que representava à disposição das cuidadoras e dos parceiros presentes.

Para finalizar todos os convidados se reuniram para ver os trabalhos realizados, fotografias e participaram num lanche.

É de referir que o projeto local de Santa Maria Maior, do Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais decorreu entre novembro de 2010 e novembro de 2012, tendo passado por ele 15 famílias, das quais 9 terminaram-no. As famílias apoiadas tinham 15 crianças entre os 0 e os 6 anos, as quais sofreram um processo de intervenção, ainda que indireto, através do desenvolvimento de competências parentais junto das suas mães. Para finalizar, temos ainda que mencionar que, este grupo de cuidadoras/mães foram acompanhadas por três Gestoras de Grupo: a Dra. Cristina Carvalho, Assistente Social da Associação de Desenvolvimento Comunitário do Funchal, a Dra. Dina Olim, Socióloga da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a Dra. Tânia França, Assistente Social do Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM.
 

 

sábado, 1 de setembro de 2012

2º Encontro de Projetos Locais do PIPCP


No dia 20 do mês de junho, realizou-se o 2º Encontro de Projetos Locais do PIPCP, uma actividade dinamizada no Jardim Tropical Monte Palace, na qual participaram muitos dos cuidadores que integram o Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais, nas várias freguesias da Região Autónoma da Madeira. Alguns cuidadores fizeram-se acompanhar pelos filhos mais pequenos, uma vez que os que estão em idade escolar ainda se encontram a frequentar as aulas.
Compareceram nesta atividade, as cuidadora do Projetos Locais do Arco da Calheta, Estreito de Câmara de Lobos, Caniço, Santa Cruz e Água de Pena, acompanhadas pelas respetivas Gestoras de Grupo.

Nessa manhã, procurou-se promover o convívio entre os participantes dos vários projectos, num lugar aprazível para passear e sentir o ar puro da natureza. Numa visita guiada, passámos pelo Museu Monte Palace, onde pudemos ver uma colecção de escultura contemporânea do Zimbabué, bem como uma bela exposição de minerais e gemas, denominada “Segredos da Mãe Natureza”; ao longo dos passeios do jardim, painéis de azulejos alusivos a vários períodos da história de Portugal e centenas de árvores, plantas e flores das mais variadas espécies e origens, e ainda os peixes Koi, oriundos da Ásia de Leste, numa das várias lagoas que se encontram distribuídas pelo jardim.

Houve ainda tempo para um pequeno lanche partilhado, preparado por alguns dos participantes e gestoras de grupo.

Apesar da chuva que nos acompanhou ao longo de quase toda a visita, os participantes desfrutaram desse espectáculo natural, detendo-se para fotografar ou, simplesmente, apreciar e comentar entre si aquilo de que mais gostavam.

A visita terminou pelas 12h15m, hora prevista para o nosso regresso, após uma manhã de convívio e contacto com a natureza, cultura e arte que a todos agradou.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Estilos Parentais


A forma que os pais utilizam na promoção da socialização dos seus filhos, que não é mais do que o processo pelo qual se adquirem os valores, crenças, normas e formas de conduta adequadas à sociedade a que pertencemos, enquadra-se nos estilos parentais, um conjunto de atitudes para com os filhos, que criam um envolvimento emocional, no qual se expressam os comportamentos dos pais.

 Na década de 60 do século XX, Diana Baumrind propôs um modelo teórico de classificação da relação pais-filhos com base em três tipos de controlo parental: autoritativo, autoritário e permissivo.

Nos anos 80 do referido século Maccoby e Martin, com base no modelo de Baumrind tentaram medir o estilo parental como função de duas dimensões: a responsividade e a exigência.
      A responsividade consiste nos seguintes elementos:
  • Afeto: refere-se à expressão do amor dos pais, à empatia e emoção com que os pais incentivam as crianças a participar nas estratégias cooperativas e está associado com o desenvolvimento moral das crianças;
  • Reciprocidade: sincronização e adaptação de processos nas interacções pais/filhos; depois de atingir os objectivos, a criança vai avançar, usando respostas do seu repertório e induzindo o cuidador a ajustar os seus planos e a levar em consideração as necessidades da criança;
  • Comunicação parental bidirecional: é desenvolvida e centrada na pessoa que detém a legitima autoridade parental e que por meio da persuasão, tende a ser melhor aceite pela criança.
       Por sua vez a exigência consiste em:
  • Confronto: quando se deparam com um comportamento inadequado por parte da criança, alguns pais mantêm-se firmes no confronto, mesmo quando este gera um conflito e não cedem às exigências descabidas por parte das crianças;
  • Supervisão: uma casa organizada requer expectativas consistentes, regras claras, responsabilidades definidas, promoção da auto-regulação e supervisão da criança, sendo que a supervisão contribui para a prevenção de comportamentos antissociais, sendo no entanto uma tarefa exigente que alguns pais não estão dispostos a assumir.
  • Disciplina consistente: o controlo parental tem como finalidade orientar a criança em direcção a objectivos seleccionados pelos pais, modificar expressões de imaturidade, de hostilidade e promover a obediência. O controlo comportamental pode ser exercido mediante a extinção de comportamentos indesejados ou pelo uso da punição.

Analisando os estilos parentais através destas duas dimensões, podemos referir que: pais autocráticos se caracterizam por elevados níveis de responsividade e exigência, enquanto que os pais autoritários apresentam níveis elevados de exigência e baixos de responsividade. Maccoby e Martin distinguiram dois subtipos diferentes no estilo parental permissivo: os pais permissivos que têm baixos níveis de exigência e altos níveis de responsividade e os pais negligentes que têm baixos níveis de exigência e responsividade.

Nos anos 90, Darling e Steinberg desenvolveram, com base no que havia anteriormente, o modelo integrativo que partilhava as dimensões de aceitação/afeto e a de controlo, com os quatro estilos parentais. Desta forma, verificamos que:
1) Estilo autoritativo – os pais adotam uma abordagem afectuosa e centrada na criança, com um grau moderado de controlo que permite à criança, consoante a sua idade, manter uma certa autonomia, que resulta num contexto óptimo de desenvolvimento para a criança, favorecendo a empatia, o relacionamento interpessoal e capacidade de resolução de problemas.
2) Estilo autoritário – reflecte uma postura com um elevado grau de controlo de que resulta uma disciplina de obediência absoluta, o que resulta em dificuldades de relações interpessoais e falta de iniciativa.
3) Estilo permissivo – afeto e aceitação elevados e baixos níveis de exigência e controlo.
4) Estilo negligente/pouco envolvido – baixa responsividade e exigência com risco de serem rejeitantes

Não será demais dizer, que os comportamentos parentais no que concerne à socialização dos seus filhos, também são influenciados pelas características temperamentais das crianças, para além das características do contexto envolvimental, como por exemplo o nível de stress e o apoio emocional e instrumental vivenciado pelos pais.

Bibliografia
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/942/2/17735_ulsd_dep.17466_TeseMIP_LuanaCFerreira.pdf
http://psicopsi.com/pt/estilos-parentais-transtornos-comportamentais-infancia-estilo-parental-contexto-modelo-integrativo/
Brás, P (2008) Um olhar sobre a parentalidade (estilos parentais e aliança parental) à luz das transformações sociais atuais. Mestrado Integrado. FPCE-UL

domingo, 22 de abril de 2012

A retenção de cuidadores no Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais – Metodologia de investigação

Até ao final do ano de 2010, o Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais (PIPCP) tinha contabilizado 35 desistências nos seus 10 Projetos Locais.
Um dos objetivos deste estudo era o de aplicar questionários a todos os participantes que tinham desistido. No entanto, devido a questões ligadas à dificuldade de se contatarem todos os cuidadores que tinham abandonado o PIPCP, apenas foi possível inquirir 22 cuidadores. O tratamento destes inquéritos foi realizado pela Divisão de Estudos e Planeamento do Centro de Segurança Social da Madeira.
Simultaneamente, realizaram-se entrevistas semi estruturadas, a uma amostra de 34 cuidadores que frequentavam o PIPCP no momento. Estas entrevistas foram transcritas, na sua totalidade e depois procedeu-se à realização do seu tratamento através de um processo de análise de conteúdo.

Resultados
Análise quantitativa
Numa análise descritiva dos cuidadores inquiridos, podemos referir que dos 22 que constituíam esta amostra, apenas dois eram do sexo masculino, enquanto 19 eram do sexo feminino.
Desta amostra nota-se também que enquanto 19 cuidadores abandonaram o PIPCP prematuramente, apenas 3 declararam nunca ter ido a nenhum a sessão.
Nota-se também que o maior número de desistências se verifica entre os cuidadores que ainda não atingiram 30 anos e que a maior parte se concentra no Concelho do Funchal e de Santa Cruz.
A maioria dos inquiridos pertencem em igual distribuição a famílias mono parentais e a famílias nucleares e verifica-se que a maior parte dos indivíduos desta amostra tem dois ou um filho com idade igual ou inferior a seis anos.
O nível de escolaridade dos cuidadores inquiridos, varia entre a conclusão ou frequência do 1º ciclo e do 3º ciclo.
No que se refere ao emprego e consequentemente ao nível de rendimentos auferidos pelos cuidadores, 85% dos inquiridos estão desempregados, pelo que se prevê que os rendimentos do agregado familiar sejam baixos.

Em relação aos resultados operacionais deste estudo, verifica-se que os inquiridos que frequentaram o programa antes de o abandonarem, tiveram uma participação que variou entre 1 e 15 meses.
No que se refere às sessões, 95% referiu que o espaço onde estas decorriam era adequado, 89% referiu que o seu conteúdo se revelou interessante, 100% referiu que as atividades desenvolvidas eram interessantes e 89% revelou que a duração das sessões era adequada.
100% dos inquiridos revelou que ficaram agradados com o desempenho dos técnicos (Gestoras de Grupo).

Relativamente às expetativas pessoais no que se refere ao programa, 42% referiu que este foi ao encontro do que esperava, enquanto que para 53% dos inquiridos, este não satisfez as suas expetativas. Apesar destes valores, 90%dos inquiridos consideravam que o PIPCP ia ao encontro das suas necessidades pessoais.

Das razões porque presumivelmente os inquiridos terão abandonado o programa, consideramos as seguintes:
- A relação com os outros participantes: 37% referiu haver conflitos, enquanto 63% referiram que a relação era boa;
- Mudança de residência: 37% mudou de residência, enquanto 63% revelou ter mantido a mesma residência;
- Ter cuidadores alternativos para as crianças: 21% revelou não ter com quem deixar os filhos, enquanto 79% disse não ter esse problema;
- Inserção no mercado de trabalho: 11% revelou ter iniciado uma atividade laboral, enquanto em 89% isso não se verificou;
- Impedimento de frequentar o PIPCP por algum familiar: 95% dos inquiridos revelou que esta situação não se verificou;
- Impedimento de frequentar o PIPCP por motivo de doença: 95% dos inquiridos revelou que esta situação não se verificou;
- Falta de transporte: 16% dos inquiridos declarou que esta dificuldade se revelou, enquanto que em 79% dos inquiridos esta dificuldade não se colocou;
- Cessação da prestação de Rendimento Social de Inserção: 53% dos inquiridos referiu a cessação do RSI, enquanto 47% revelou que essa situação não se aplicou;
- Cessação do apoio monetário no âmbito da Ação Social: enquanto 26% dos inquiridos referiu esta condição, 73% referirem que esta situação não se colocou.

Análise qualitativa
A análise de conteúdo foi realizada em função das categorias que passamos a enunciar

Categoria: Opinião sobre o PIPCP
Sub categoria: opinião positiva
Classificação: Forma de aprendizagem
Forma de convívio
Forma de diversão
Passatempo
Partilha de opiniões

Categoria: Motivo de participação
Sub categoria: razão da participação
Classificação: Apoio da ação social
Melhoria de competências parentais
Falta de ocupação
Gosto pelo programa

Categoria: Grupo de cuidadores
Sub categoria: opinião positiva
Classificação: Importância do trabalho de grupo
Importância das relações de amizade
Importância do convívio
Sub categoria: opinião negativa
Classificação: Desconforto
Ausência de relacionamento fora das sessões

Categoria: Frequência do PIPCP
Sub categoria: facilidade
Classificação: Distancia
Cuidadores alternativos
Motivação
Sub categoria: dificuldade
Classificação: Distancia
Cuidadores alternativos
Sub categoria: motivos de falta de assiduidade
Classificação: Saúde dos filhos
Saúde da própria
Outros

Categoria: Desistência do PIPCP
Sub categoria: motivos para desistência
Classificação: Inserção no mercado de trabalho
Problemas com os Filhos
Motivos de saúde
Inserção em curso de formação
Mudança de residência
Sub categoria: ausência de motivo para desistência
Classificação: Ausência de motivo
Gosto do PIPCP

Categoria: Utilidade do PIPCP
Sub categoria: Positiva
Classificação: Valorização pessoal
Ganho em competências parentais
Outros

Quando foram inquiridos sobre a sua opinião sobre o PIPCP,
- 27 participantes referiram que este programa constituía uma forma de aprenderem novas informações: “A gente aprende muita coisa, aprende com os outros” (21B), “… já sou mãe há 13 anos e tem coisas que eu nem imaginava” (91A), “estou aprendendo coisas para ensinar à minha filha” (129A), “Nós aprendemos a ser boas mães…” (144A);
- 17 dos entrevistados referiram que o PIPCP constitui uma forma de convívio: “… é um grupo bom, … um grupo unido” (29A), “conviver com as pessoas, conhecer melhor as pessoas, ser amigo das pessoas” (49B) “… gosto da companhia das pessoas” (160A);
- 12 cuidadores identificaram o PIPCP com uma forma de diversão: ”venho para aqui para me divertir um pedaço” (101A), “para mim é uma diversão” (112A), “tem sido divertido” (147A);
- 12 participantes entrevistados apontam o PIPCP como uma forma de passatempo: “A gente está em casa sem fazer nenhum, então vem-se aqui” (70A), “Eu estou em casa, estou sozinha…” (101A), “Gosto de vir para aqui, é um passatempo” (143A);
- 16 das pessoas entrevistadas é da opinião que o PIPCP constitui uma excelente forma de troca e partilha de opiniões: “é bom falar um pouco com as pessoas que aqui estão” (42A), “Também partilhámos ideias” (122A), ”a gente gosta de partilhar as coisas com as outras pessoas” (126A), “Partilhar um problema… sempre ajuda a gente” (170A).

Relativamente aos motivos que levaram os cuidadores a participar no PIPCP, 3 destes referiram que o apoio que recebiam da Ação Social os levou a participarem: “…estou recebendo apoio, tenho que vir” (85A); 10 referiram que a necessidade de se sentirem melhores pais, os terá motivado a frequentar o PIPCP: “Estou aqui pelos meus filhos” (24A), “… eu gosto de aprender coisas sobre os pequenos” (29A), “estou aprendendo coisas para ensinar à minha filha” (129A); a falta de ocupação terá sido o principal motivo que levou 3 cuidadores a participar: “… para não ficar em casa sozinha…” (143A); 13 participantes referiram que o que motiva a sua participação é o gosto pelo programa: “Porque gosto e sinto-me bem” (42A), “Se eu não gostasse, eu não vinha” (160A), “pode-se dizer, cinco estrelas” (164A).

Em relação à intervenção em grupo, dos participantes no PIPCP, 14 cuidadores referem a importância do trabalho em grupo “gosto de participar com as pessoas” (21B), “acho importante a participação em grupo” (112A), 10 referenciam a importância das relações de amizade: “temos um grupo de amigas” (85A), “fiz novos amigos” (143A); e 11 participantes apontam a importância do convívio entre colegas com os mesmos assuntos: “há umas que participam mais do que as outras, mas a gente se entende” (12A), “são todas mães como eu sou…todas sabem o que é ser mãe, o que não é” (108A). No entanto 3 cuidadoras referem que as colegas lhes causam algum desconforto: “isto há pessoas boas, pessoas más…, mas se a gente não ligar” (62A) e 4 referem que apenas existem relações entre elas no decorrer das sessões: “o convívio é mesmo só aqui” (91A).

Quanto à frequência do PIPCP, enquanto 10 cuidadoras referem que vivem perto ou têm transporte e que por isso lhes é fácil frequentar o programa: “a minha casa é perto” (129A); “vão me por e vêm me buscar. Facilita!” (122A); 5 referem que para elas a distância é uma dificuldade: “às vezes não tenho como vir” (24A). Outras das condições que referem facilitar a participação é o terem onde deixar os filhos, que 16 referem: “a minha menina fica com a avó e às vezes eu trago ela” (49A), ”elas estão na creche” (144A); 4 cuidadoras apontam as dificuldades de não terem rede de suporte que lhes dê acesso a cuidadores alternativos: “há vezes que não vou porque tenho um bebé” (12A). Verifica-se ainda que outra das condições que leva à frequência do PIPCP, é a motivação que 8 destas cuidadoras dizem sentir: “Também tem que se ter vontade. Se a gente não tiver vontade é melhor não vir” (70A) “Só se eu não puder, (…)” (144A).

Como causa para as suas faltas, 13 participantes no PIPCP referiram questões relacionadas com a saúde dos filhos. “Só faltei duas vezes, uma porque a minha pequenina estava doente…” (29A), “… faltei duas vezes porque tive que ir com o menino às urgências” (108A); 4 apontaram a sua própria saúde como motivo da falta ”Já tive que ir ao médico” (91A); enquanto 7 cuidadoras apresentam ouros motivos:”às vezes não tenho dinheiro para o transporte” (160A).

No que se refere aos motivos que levariam à desistência da frequência do PIPCP, 10 dos participantes referiram que apenas a inserção no mercado de trabalho os levaria a desistir: “… emprego, claro que desistia. Prefiro o trabalho…” (21B), “Só se for o trabalho” (45A); 3 dos cuidadores identificaram problemas com os filhos como motivo da desistência: “Só se tivesse algum filho doente” (112A); 2 dos cuidadores identificaram razões de saúde: “Só mesmo se eu fizesse o transplante” (108A); 2 dos cuidadores apontaram a frequência de cursos de formação: “… se eu ficar no curso, vou ter que deixar de vir…” (49B); 1 cuidador referiu a mudança de residência; 7 cuidadores referiram a ausência de motivo para desistir: “nenhuma, porque eu gosto do curso” (62A), “…não vou desistir do curso” (85A); 6 participantes referiram a não desistência por gosto do PIPCP: “… eu voltaria a frequentar o curo, porque eu gosto” (21A).

Por fim, questionou-se o grupo de entrevistados sobre a utilidade do PIPCP e 16 dos cuidadores apresentaram a valorização pessoal: “Tenho aprendido muito” (12A),”Há coisas que eu não sabia e que aprendi” (143A), “Eu aprendi muita coisa lá. Estou gostando” (186A); outra das questões que foi valorizada foi o ganho em termos de competências parentais, referido por 4 utentes “Já aprendi algumas coisas novas que ensinei à minha filha, depois de a gente ter dado aqui e até tem resultado” (147A); outros 4 participantes referiram outros motivos para a utilidade do PIPCP: “Deu-me muita força, que eu estava passando uma fase muito complicada” (91A).

Discussão dos resultados
Na amostra dos cuidadores que tinham desistido da sua participação nos Projetos Locais, referimos maior número de inquéritos aplicados a cuidadores do sexo feminino devido ao fato de este género estar presente em maior número, entre os cuidadores que frequentam o PIPCP. O mesmo se verificou para os cuidadores entrevistados, dos quais apenas 3 eram do sexo masculino.
Também o fato destes cuidadores serem maioritariamente dos concelhos de Funchal e Santa Cruz é resultante de estes concelhos apresentarem maior número de Projetos Locais: 4 no Funchal e 2 em Santa Cruz.
Relativamente à idade dos participantes, os estudos realizados não apresentam qualquer consenso relativamente à permanência dos cuidadores (Dumas, Nissley-Tsiopinis & Moreland, 2007). Os mesmos autores referem que os resultados também não são consensuais no que se refere ao estado marital dos cuidadores.
Coatsworth, et al. (2006) referem que o número de filhos e consequentemente o tamanho da família têm influência nesta questão da retenção, mas não referem se as pesquisas apontam este dado como positivo ou negativo.
Em relação ao nível de escolaridade, Dumas, Nissley-Tsiopinis & Moreland (2007) referem que mais uma vez os resultados das pesquisas realizadas não são consensuais relativamente a este fator. Estes autores referem ainda que os rendimentos familiares, que estão correlacionados com os níveis educacionais, mostraram prognosticar o envolvimento dos cuidadores nos programas, em apenas alguns estudos.

Tendo-se verificado que as opiniões sobre as sessões e sobre os profissionais foram de um modo geral positivas, a organização e estrutura do programa parece não ter influenciado as desistências do PIPCP. Atendendo a este fato, as evidências vão no sentido das falhas ao nível das expetativas, da motivação e das exigências operacionais do programa.
No que se refere às expetativas dos participantes, são apontados como fatores que influenciam a permanência dos participantes neste tipo de programas, o fato de estes irem ao encontro dos objetivos que os cuidadores estabeleceram (Daro et al. 2005). Estas evidências parecem verificar-se em relação aos cuidadores entrevistados que apresentam opinião positiva relativamente à sua participação no PIPCP, à utilidade que este programa tem para eles, bem como relativamente à satisfação dos motivos que os levaram a participar.
A motivação pessoal do participante para a mudança (Daro et al., 2005) e as exigências operacionais, como por exemplo, as dificuldades de acessibilidade (mudança de local de residência, falta de transporte, ou de cuidadores alternativos para os filhos), a falta de tempo ou de energia (a inserção no mercado de trabalho ou os problemas de saúde) e as diferenças culturais entre os cuidadores e os técnicos (o impedimento por parte de algum familiar em o cuidador principal participar) (Cooney, Small & O’Conner, 2007) limitam a participação nos programas. Relativamente a estas questões relacionadas com as exigências do PIPCP, levantadas pelos cuidadores alvo de entrevista, vão ao encontro da opinião dos autores referidos. Em termos de acessibilidade (o morarem perto, ou terem transporte, o terem cuidadores alternativos para os seus filhos ou levarem as crianças para o curso) parece ser fator positivo para a participação. Também a falta de tempo e energia no que se refere às condições apresentadas para a desistência de participação no PIPCP (inserção no mercado de trabalho ou em curso de formação, os problemas com a saúde dos filhos ou das próprias). O mesmo se verifica relativamente às causas da falta de assiduidade (problemas de saúde com os filhos ou com as próprias) referidos pelos participantes.

A relação com os outros participantes revelou-se conflituosa em 37% dos inquiridos. Tendo sido alvo de análise empírica por MacGowan, citado por Prado et al. (2006), esta questão da coesão do grupo (a aliança entre os membros do grupo) foi considerada prognóstica da retenção em programas de intervenção parental. Patin & Schwartz, citados pelos mesmos autores, sugeriram que a formação de alianças entre o grupo de pais pode ajudar na retenção dos participantes. Estas questões foram também levantadas nas entrevistas, tendo os participantes no PIPCP, revelado a importância da coesão grupal, da amizade e do convívio entre colegas.

A questão de mudança de residência coloca-se frequentemente em famílias de baixos recursos financeiros (Cooney, Small &O’Conner, 2007), bem como a existência de comunidades onde a coesão social é baixa, sendo fracas as redes de suporte social informais e consequentemente o apoio a estas famílias (Andrade, 2008). Também esta questão foi levantada nas entrevistas, embora com pequeno significado para este estudo.

Como refere Daro, et al. (2005), as questões socioeconómicas e segundo Givin, DePanfilis & Daining (2007) o fato de o programa não satisfazer as necessidades e pretensões dos participantes, são fatores que não abonam na sua retenção. Estes serão alguns dos motivos para a cessação de apoios monetários em espécie estarem contemplados nos resultados.

Conclusão
Apesar dos dados, quer da investigação sobre o tema, quer dos nossos inquéritos e entrevistas não serem conclusivos relativamente à retenção dos participantes nos programas de carater preventivo, existem algumas considerações que podemos pesar, como orientadoras no sentido de reter o maior número de participantes possível.
Tal como referem Cooney, Small & O’Connor (2007), estes programas devem prever um conjunto de estratégias que promovam a participação:
- Envolver a população alvo e a comunidade local no planeamento, recrutamento e implementação do programa;
- Ligar o programa a uma instituição ou indivíduo conhecido dos potenciais participantes, que seja alvo de respeito e confiança;
- Escolher cuidadosamente o local onde o programa será implementado;
- Envolver outros membros da família e da rede de suporte;
- Treinar técnicos culturalmente sensíveis, para recrutar e implementar o programa;
- Prover as necessidades básicas e incentivos à participação;
- Ser flexível na marcação do horário;
- Fazer contatos frequentes;
- Fazer esforços para manter os técnicos ao longo da implementação do programa;
- Manter as promessas;
- Ajudar os potenciais participantes a verem que o programa vale a pena.

No Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais, procuramos seguir estas orientações, nomeadamente do seguinte modo: envolvendo os parceiros locais no recrutamento dos participantes e o planeamento e implementação de atividades do agrado dos cuidadores; ligando os projetos locais a instituições conhecidas na comunidade; escolhendo o local de implementação central e acessível a todos os participantes; estimulando o envolvimento de outros membros da família e das redes de suporte, nomeadamente através da visita domiciliária; promovendo ações de formação dos técnicos que vão implementar o programa, no âmbito da intervenção precoce, das competências parentais e do programa; procurando o apoio da comunidade no provimento, na medida do possível, das necessidades básicas e dos incentivos à participação; procurando um horário que seja conveniente a todos os participantes; estimulando a realização de contatos frequentes dos técnicos com os participantes, para além das sessões de formação; tentando manter os técnicos nos projetos locais até final do programa; mantendo os compromissos definidos no inicio do programa; e ainda está previsto o desenvolvimento de uma ação de marketing social, no sentido de estimular potenciais participantes ao envolvimento e permanência nestes programas.

Estas diretrizes, são meramente orientadores e há que ter em conta o caso de potenciais participantes que não apresentem motivação para a mudança de atitudes, quer na sua vida, quer no âmbito dos seus comportamentos parentais.


Bibliografia

Andrade, C. (2008) Os Maus-Tratos na Infância e os Programas de Competências Parentais – Estudo na Região Autónoma da Madeira Universidade Fernando Pessoa. Porto

Coatsworth, D; Duncan, L.; Patin, H.; Szapocznik, J. (2006) Differential Predictors of African Americas and Hispanic Parent Retention in a Family-Focused Preventive Intervention in Family Relations 55(2), pp. 240-251

Cooney, S.; Small, S.; O’Connor, C. (2007) Strategies for Recruiting and Retaining Participants in Prevention Programs. What Works, Wisconsin – Research to Practice Series. University of Wisconsin

Daro, D.; McCurdy, K.; Nelson, C. (2005) Engagement and Retention in Voluntary New Parent Support Programs: Final Report, Chapin Hall Working Paper .Center for Children at the University of Chicago

Díaz, S.; Secades-Villa, R.; Peres, J.; Fernandes-Hermida, J.; Garcia-Rodrígues, O.; Crespo, J. (2006) Family Predictors of Parent Participation in na Adolescent Drug Abuse Prevention Program in Drug and Alcohol Review 25, pp. 327-331

Dumas, J.; Nissley-Tsiopinis, J.; Moreland, A. (2007) From Intent to Enrollment, Attendance, and Participation in Preventive Parenting Groups in Journal of Child and Family Studies 16 (1), pp. 1-26

Girvin, H.; DePanfilis, D.; Daining, C. (2007) Predicting Program Completion Among Families Enrolled in a Child Neglect Preventive Intervention in Research in Social Work Practice 17(6), pp.674-685

Prado, G.; Patin, H.; Schwartz, S.; Lupei, N.; Szapocznik, J. (2006) Predictors of Engagement and Retention into a Parent-Centered, Ecodevelopmental HIV Preventive Intervention for Hispanic Adolescents and their Families in Journal of Pediatric Psychology 31(9) pp.874-890

Wagner, M.; Spiker, D.; Linn, M.; Hernandez, F. (2003) Dimensions of Parent Engagement in Home Visit Programs: Exploratory Study in Topics in Early Childhood Special Education 23(4), pp. 171-187

Winslow, E.; Bonds, D.; Wolchik, S.; Sandler, I.; Braver, S. (2009) Predictors of Enrollement and Retention in a Preventive Parenting Intervention for Divorced Families in Journal of Primary Prevention, 30(2), pp. 151-172

sábado, 3 de março de 2012

A retenção de cuidadores no PIPCP - Revisão da bibliografia

É sabido e resultado de numerosos trabalhos de investigação, realizados no âmbito dos programas de carater preventivo, que a retenção dos participantes neste tipo de programas se reveste de algumas dificuldades.
Tal como referem Girvin, DePanfilis & Daining (2007) um tema fundamental nas questões sobre os programas preventivos e a participação dos clientes, é saber porque é que uns terminam a intervenção e outros não.
Cooney, Small & O’Connor (2007) referem que esta dificuldade na retenção de participantes, pode mesmo minar o sucesso destes programas, atendendo a que não podem ter impacto em pessoas que não participam.

O Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais é também afetado por esta problemática.
Este relatório pretende transmitir os resultados que obtivemos na pesquisa que realizamos, entre fevereiro e maio de 2011, para tentarmos perceber quais as razões para esta realidade que tem a ver com o abandono dos projetos locais do PIPCP.

Revisão da Literatura
A participação dos cuidadores e as dificuldades com a sua retenção nos programas preventivos implica um conjunto de processos que incluem segundo Girvin, DePanfilis & Daining (2007) a fraca assiduidade, o desgaste, a falta de empenho e o incumprimento dos participantes.

Daro & Harding, citados por Givin, DePanfilis & Daining (2007) referem que entre 20% e 30% das famílias que aceitam entrar nos programas, não se envolvem com sucesso até à sua conclusão.

Quando o processo de intervenção produz um grande efeito, mas tem uma taxa pequena de participação, o seu impacto na população será provavelmente pequeno, proporcionando consequentemente poucos benefícios sociais (Winslow, et al., 2009).

A retenção em programas preventivos é aqui definida como o processo pelo qual os pais se envolvem nestes programas, desde o consentimento para a sua participação até ao envolvimento atual, a participação nas sessões e a qualidade na participação (Dumas, Nissley-Tsiopinis & Moreland, 2007)

Wagner et al. (2003) referem que o envolvimento dos cuidadores nestes programas decorre ao longo de cinco dimensões, a saber:
 “Dizer sim” ao envolvimento: esta dimensão é exibida pelos cuidadores quando estes são suficientemente atraídos pelo programa e estão motivados para aprenderem mais sobre a parentalidade e sobre os seus filhos.
 “Estar” envolvido: implica a motivação de continuar no programa ao longo do tempo, de forma consistente.
 “Implicado” no envolvimento: refere-se ao envolvimento ativo dos cuidadores durante as sessões do programa, à sua participação como elementos participantes que ouvem a informação, que fazem questões e que pedem conselhos.
 Envolve-se no “trabalho de casa “: esta dimensão relaciona-se com o uso da informação, ideias, sugestões e material fornecido pelo programa, entre sessões, sendo este um sinal de que o programa teve um bom impacto.
 “Procurar mais” envolvimento: esta última dimensão diz respeito a quando os pais após uma sessão, vão para casa procurar mais informações sobre determinado tema.

Vários investigadores referem que o abuso de substâncias, a depressão e a violência doméstica podem desafiar a capacidade parental para terminar o programa, enquanto outros estudos apontam para o fato de que quando os cuidadores sentem que o programa não lhes oferece o que estão à espera, podem abandoná-lo prematuramente (Givin, DePanfilis & Daining, 2007).

McCurdy & Daro (2001), citados por Daro et al. (2005), identificaram um conjunto de ameaças que surgem nos participantes, em quem dá os conteúdos (nos técnicos), nos programas e nas comunidades e que jogam um papel importante na manutenção de novos cuidadores em programas de apoio.
Assim, segundo estes mesmos autores, a retenção dos participantes é influenciada por um conjunto de fatores que incluem:
1. Experiências objetivas – os participantes permanecem mais tempo nos programas se os seus serviços são providenciados numa base regular, se recebem incentivos (se vão ao encontro das suas necessidades concretas), se os técnicos são consistentes e se o programa vai ao encontro das suas promessas.
2. Experiências subjetivas – os participantes podem permanecer mais tempo no programa se sentem que estão ligados aos técnicos e se sentem confortáveis no programa.
3. Caraterísticas dos técnicos - os participantes permanecem quando os técnicos são competentes, bem treinados e têm experiência na apresentação das matérias e materiais do programa.
4. Caraterísticas do programa – os programas que demonstram respeito pelas normas culturais e costumes locais, retêm mais participantes.
5. Caraterísticas da comunidade – famílias que vivem em comunidades caóticas têm menor probabilidade de ter acesso e de permanecerem nestes programas por um período de tempo longo.

Daro et al. (2005) também verificaram no estudo que realizaram, que existem fatores que não são prognosticadores da retenção dos participantes nos programas, tais como:
1. O estatuto socioeconómico.
2. A motivação pessoal do participante não surge como medida da sua preparação inicial para a mudança. A motivação apenas prevê a sua intenção de se envolver nestes programas preventivos.
3. O envolvimento pré natal nos programas também não se traduz na permanência.
Outro conjunto de fatores sociodemográficos em que os estudos não são conclusivos, diz respeito ao estado marital e ao nível educativo do cuidador, aos rendimentos familiares que se correlacionam com o fator educativo, se os cuidadores coabitam ou não e a idade dos cuidadores. (Dumas, Nissley-Tsiopinis & Moreland, 2007).

Cooney, Small & O’Conner (2007) referem, por sua vez, a existência de um conjunto de obstáculos à participação, como sejam:
1. As exigências necessárias em termos de tempo e energia para os participantes assistirem semanalmente às sessões planeadas;
2. As diferenças culturais entre os participantes e os técnicos;
3. As dificuldades de acessibilidade dos participantes;
4. As mudanças de residência, uma situação comum em famílias de baixos recursos financeiros.

Dumas, Nissley-Tsiopinis & Moreland (2007) apontam que o envolvimento e a participação em programas parentais, são determinados pela intenção dos pais para se envolverem, com as suas perceções de que eles próprios ou os filhos podem beneficiar com o programa e de que os obstáculos que encontrarem podem ser ultrapassados. Os mesmos autores referem ainda que entre os fatores mais estudados na retenção, se encontram a vulnerabilidade da criança ou os problemas de comportamento que estas possam apresentar, bem como possíveis obstáculos à intervenção (ex.: a disponibilidade de tempo).

Por sua vez, Díaz et al., (2006) apresentam num estudo que realizaram, em que referem existir correlação entre a participação em programas preventivos e os seguintes itens: número de filhos, nível educacional dos pais, assiduidade, a relevância percebida das sessões, a experiência prévia em programas preventivos.

Como podemos verificar, não existem razões conclusivas que identifiquem os motivos para os cuidadores não permanecerem nos programas preventivos até ao final do processo de intervenção ainda que possam existir algumas pistas que nos deem indicações sobre o processo de retenção de participante. Sendo que no Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais a não permanência de muitos deles é uma realidade que prevalece, vamos tentar perceber o porquê desta situação.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Balanço do ano de 2011 no PIPCP

Durante o ano 2011, realizaram-se várias atividades no âmbito do Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais. Estas, tiveram início logo nos primeiros dias do ano, com a Festa conjunta dos Projetos Locais do Concelho do Funchal, que se realizou no dia 6 de Janeiro, na qual se comemorou a chegada dos Reis Magos, com a distribuição de presentes pelas crianças, a participação de cuidadores na dinâmica da festa e a realização de um lanche conjunto, servido com a colaboração das entidades parceiras do PIPCP, que também estiveram presentes no decorrer da festa.
No mês de Janeiro também teve inicio a preparação dos inquéritos aos cuidadores que desistiram do PIPCP, para a elaboração do estudo sobre a retenção dos cuidadores no programa. Ainda no âmbito deste estudo, foram realizadas entrevistas semi estruturadas a uma amostra de cuidadores que permaneciam nos Projetos Locais. Estas entrevistas, depois de transcritas foram sujeitas a uma análise de conteúdo. Em Fevereiro iniciou-se a aplicação dos inquéritos.
No mês de Junho teve lugar o 1º Encontro Anual de Projetos Locais, já referido no blogue, que decorreu no Parque de Santa Catarina, no Funchal.
Entre Maio e Julho, realizaram-se várias reuniões com os respectivos parceiros, com o objectivo de implementar dois novos projectos: os Projetos Locais do Caniço e Estreito de Câmara de Lobos, apresentados às famílias em Outubro e com inicio até meados do mês de Novembro.
No mês de Setembro, como já é habitual, decorreu mais uma acção de formação sobre o PIPCP, que beneficiou as novas Gestoras de Grupo (Projetos Locais do Caniço e Estreito de Câmara de Lobos), a que se juntaram mais três Gestoras de Grupo, que substituíram as que dinamizavam anteriormente o Projeto Local de São Roque.
Em Novembro, teve lugar uma reunião de parceiros intercalar do Projeto Local de Água de Pena, que teve como objectivo inteirar os parceiros do modo como tem vindo a decorrer a intervenção, naquele Projecto Local.
No ano de 2011, terminaram a sua intervenção três Projetos Locais: Câmara de Lobos, com 6 cuidadoras, Camacha com 7 cuidadoras e Santo António com 8 cuidadoras. Em Dezembro, decorreu uma reunião de parceiros do Projeto Local de Câmara de Lobos, que teve como objetivo a apresentação dos resultados finais relativos à participação das cuidadoras, naquela freguesia.
Foi também em 2011 que elaborámos este blogue, que procuramos actualizar mensalmente, com questões relativas ao funcionamento do PIPCP.
Por fim, de referir ainda que, em termos de divulgação do PIPCP, este contou com a realização de apresentações em quatro actividades no âmbito das Jornadas, Seminários e Congressos: na Semana de Prevenção da Toxicodependência; nas IV Jornadas de Psicomotricidade da RAM; nas Jornadas Pedagógicas do Vilamar e no IX Congresso Nacional de Intervenção Precoce.