Os programas de apoio parental
consistem, no âmbito da comunidade, num conjunto de iniciativas comunitárias
que promovem o fluxo de recursos e formas de apoio aos pais, no fortalecimento
de competências e no desenvolvimento de habilidades necessárias para cumprirem
as suas responsabilidades de reforçar e aprimorar o crescimento, a aprendizagem
e o desenvolvimento dos seus filhos (Trivette & Dunst, 2011).
Os referidos autores indicam que
geralmente estes programas implicam grupos de atividades pais-filhos, ações de
formação, grupos de apoio, apoio individual para orientação relativamente a
questões relacionadas com a criança ou outras questões específicas e
finalmente, fornecimento de outro tipo de recursos, como acesso a serviços
médicos ou educacionais.
Ainda segundo os mesmos autores o
principal objetivo destes programas é o de ajudar os pais a desenvolver as suas
capacidades e competências, através de práticas centradas na família, que
permitam a construção de capacitação e não no desenvolvimento de dependências.
Referem ainda que as práticas
centradas na família incluem: o tratamento da família com dignidade e respeito;
fornecimento de apoio que seja individual, flexível e responsivo; do compartilhar
informações para que a família possa tomar decisões informadas e escolher entre
várias alternativas de intervenção. Finalmente o fornecimento aos pais dos
recursos e apoios para que possam cuidar dos seus filhos, atingido estes um
desenvolvimento óptimo. Estas práticas de ajuda implicam ainda o
desenvolvimento de capacidades de aquisição de habilidades para obter recursos,
apoio e serviços pelos vários elementos da família. Este processo de
capacitação implica a utilização de duas dimensões de práticas de ajuda: a
ajuda relacional (ajuda afetiva) e a ajuda participativa (envolve a realização
de escolhas e o envolvimento ativo na procuram e obtenção de recursos de apoio
desejados dos participantes no programa).
Parte-se do princípio de que a
participação de cuidadores nos programas de apoio parental baseados na
comunidade ao terem acesso aos recursos necessários, sentem-se mais seguros e
competentes no desempenho das práticas parentais, que segundo Trivette & Dunst (2011) citando outros autores, estas são adquiridas e reforçadas em
função da ajuda fornecida pelos membros da rede de apoio social formal e
informal.
Podemos referir que os Programas
de Competências e Capacidades Parentais, pelo seu modelo de funcionamento, com ações de formação, atividades de interação pais-filhos, organização de recursos humanos e materias e sua canalização para o apoio aos pais e a implementação do programa, a capacitação dos clientes, a construção de um sentimento de confiança entre os técnicos e os clientes são alguns das caraterísticas que se
enquadra num deste tipo de programa de apoio parental baseado na comunidade.
Fonte:
Trivette, C.; Dunst, C. (2011) Programas de apoio aos
pais baseados na comunidade in Tremblay RE, Boivin M, Peters RDeV, eds Enciclopédia
sobre o desenvolvimento na primeira infância [on-line] CEECD / SKC-ED pp.1-7