Parentalidade
A parentalidade é um conceito através do qual a
comunidade científica aborda e estuda os processos e actividades parentais,
sendo definido por Hoghughi (2004) como um conjunto de actividades propositadas
no sentido de se assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da criança.
Este processo deve ocorrer num ambiente seguro, de
modo a socializar a criança e a torna-la progressivamente mais autónoma. Parece
ser a principal tarefa de uma geração (os pais), prepararem a segunda geração
(os filhos), para as situações físicas, económicas e psicossociais com que irão
debater-se ao longo do seu ciclo de desenvolvimento, sendo por isso uma das tarefas
mais complexas, difíceis e com maiores desafios e responsabilidades para o ser
humano (Barroso e Machado, 2011).
Pode dizer-se que que os critérios
usados na definição deste conceito são socialmente construídos, sendo que as
suas conceções e práticas são diferentes de cultura para cultura, estando
dependentes em particular de noções como a distância interpessoal e os objectivos
da socialização.
Apesar destas diferenças culturais, tem-se
verificado que as dimensões e tarefas estruturais que surgem nas relações pais
filhos, permanecem semelhantes.
Hoghughi,
com base nas propostas de Bronfenbrenner e Belsky propõe um modelo integrativo
dos elementos teóricos da parentalidade, com base em onze dimensões. Segundo
este modelo, a parentalidade divide-se em atividades
parentais (conjunto de atividades necessárias para uma parentalidade
suficientemente adequada), em actividades
funcionais (principais aspetos do funcionamento da criança) e pré requisitos (conjunto de
especificidades necessárias para o desenvolvimento da atividade parental).
Em próximos artigos, analisaremos as questões
relacionadas com as dimensões e as determinantes da parentalidade.
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