Por Cláudia Sousa Andrade
As redes sociais providenciam
diversas formas de apoio social e referem-se a um conjunto de indivíduos que
prestam informações e cujas ações levam o sujeito a sentir-se amado e
considerado, enquanto sente que alguém se preocupa com ele (Brandão e
Craveirinha, 2011, citando Cobb). As autoras referem ainda, que são as pessoas
que fazem a diferença na vida umas das outras.
Serrano (2007), citando por sua
vez Vaux, refere que o apoio social implica por isto um processo dinâmico de
transações mútuas, entre uma pessoa e a sua rede social, ocorrendo estas
transações no seio de um contexto ecológico.
Ainda segundo os últimos autores,
as formas de apoio prestadas correspondem a determinadas ações que os membros
da sociedade identificam como esforços, que têm como principal objetivo,
prestar apoio a pessoas que dele necessitam e que ocorrem espontaneamente ou
por solicitação da pessoa alvo.
Para caraterizar as redes,
Serrano (2007) apresenta três dimensões, com base em estudos realizados por
Cochran & Brassard. Temos por isso a considerar:
(1) Caraterísticas relacionais:
representa aspetos da rede pessoal que afetam diretamente as interações entre
os indivíduos. Assim, os autores incluem nesta categoria: conteúdo de cada relação (inclui a troca de bens e serviços,
informação, partilha, recreação e apoio emocional); a direção de cada relação (a natureza reciproca do processo de troca
e o poder na relação); a intensidade da
relação (necessidade de pedir apoio, ou de renunciar a ele em detrimento de
outro).
(2) Propriedades estruturais
que incluem a dimensão da rede (a
ligação pessoal entre indivíduos e a sua diversidade).
(3) Localização espaciotemporal que
inclui a proximidade geográfica e a continuidade dos elementos da rede.
Dunst et al., citados por Brandão
e Craveirinha (2011) distinguem dois tipos de redes de apoio:
- A rede de apoio informal: inclui os familiares, os amigos, os vizinhos, os colegas e os grupos sociais, tais como associações religiosas, clubes, etc. Este é o tipo de redes que as pessoas que têm necessidades primeiro consultam, uma vez que a preocupação mútua e a afinidade psicológica caraterizam as trocas de apoio social entre cada um dos elementos da rede.
- A rede de apoio formal: engloba os profissionais (médicos, educadores, assistentes sociais, etc.), e as instituições (hospitais e centros de saúde, creches e jardins de infância, serviços e programas de estimulação, segurança social), que são organizadas formalmente para prestar apoio a quem dele necessite
Como vimos anteriormente na sua
descrição, a rede social é fundamental na prestação de apoio social às pessoas
que dele necessitam e a sua inexistência coloca em risco as famílias, os seus
elementos e as crianças.
Há ainda a considerar as várias
áreas de prestação de apoio pelas redes sociais, que correspondem a ações
desempenhadas pelos seus membros para ajudar a pessoa alvo e que são realizadas
de forma espontânea ou perante uma solicitação. Desta forma, Serrano (2007)
cita vários autores que definiram como áreas de ajuda as seguintes:
- Preocupação, assistência, desejo de interação, confiança (Brim);
- Apoio emocional, assistência orientada para a tarefa, comunicação da avaliação e expetativa, sentido de pertença (Caplan);
- Apoio, aconselhamento, feedback (Tolsdorf)
- Apoio emocional, serviço e ajuda material, manutenção da identidade social, informação diversa, acesso a novos contatos sociais (Walker et al.)
- Vinculação, troca de serviços, orientação, integração social, sentido de aliança, reafirmação de mais-valia, oportunidade de providenciar cuidados (Weiss).
Referimos desta forma as redes sociais
onde se encontram os recursos necessários para se proceder ao apoio social, indispensável
para o funcionamento de muitas famílias e seus elementos em risco
biopsicossocial.
Fontes:
Brandão , T. M.; Craveirinha, F.
P. (2011) Redes de apoio social em famílias multiculturais, acompanhadas no
âmbito da intervenção precoce: um estudo exploratório in Análise Psicológica
1(XXIX), pp.27-45
Serrano, A. M. (2007) A
importância do apoio social em práticas centradas na família in Redes
sociais de apoio e sua relevância para a intervenção precoce. 16 Coleção Educação Especial. Porto Editora. Pp-78-91
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