quinta-feira, 5 de março de 2015

Parentalidade Positiva

 Por Cláudia Sousa Andrade
A parentalidade positiva segue o princípio da existência de um padrão de comunicação e negociação entre pais e filhos. Ouvir os filhos, discutir com eles, dar-lhes oportunidade de descobrir como podem resolver os problemas e negociar. Mas há também que ser firme e consistente nas suas ações, sendo muito claro no estabelecimento de regras e limites e na definição de medidas disciplinares directamente relacionadas com as faltas ou com o desrespeito pelas regras e limites estabelecidas.
A parentalidade positiva é assim consistente com um estilo educativo do tipo autoritativo ou orientador.
As bases fundamentais de uma parentalidade positiva respeitam alguns padrões educativos que vamos referir a seguir:
1.       Modele bons comportamentos: os pais devem modelar comportamentos exemplares para os seus filhos, tais como: dizer obrigada e faz favor; apagar a luz quando saí do quarto, mas não dizer nada sobre a sua atitude; esperar pacientemente numa fila; abrir a porta do centro comercial e esperar que as pessoas passem; arrumar a loiça nos armários e os sapatos na sapateira. Quanto mais as crianças vêm estas ações adequadas, realizadas pelos pais, com normalidade e assiduamente, maior a probabilidade de que venham a repetir os comportamentos como sendo algo normal. Quando as crianças são tratadas de forma educada, aprendem a comporta-se educadamente com os outros.
2.       Mantenha uma atitude positiva: Quando não gosta da atitude e das decisões dos seus filhos, quando eles se comportam ou falam de modo a que os pais se sentem incomodados, estes não deixam de gostar deles. Quando confrontam os filhos, quando discutem ou dialogam com eles, os pais devem manter uma atitude positiva e transmitir a mensagem de modo carinhoso, afectivo e preocupado, em vez de sentirem que os pais estão a tentar exercer alguma forma de controlo sobre eles. Uma vez que isso tem grande influência sobre as crianças ou os adolescentes, é importante pensar-mos em coisas positivas e a projetar-mos amor e preocupação.
3.       Diga-lhes as coisas de forma positiva: Falar aos filhos sobre o que não quer que eles façam ou digam, é fácil, mas um erro a evitar. Utilize antes afirmações que foquem o comportamento e são ditas de forma positiva. Por exemplo:
Forma positiva
Forma negativa
Por favor, tem cuidado com o copo.
Não entornes o leite!
Arruma os brinquedos no teu quarto, por favor.
Não deixes os brinquedos na sala!
Lembra-te que tens os trabalhos de casa para fazer.
Não te esqueças de fazer os TPC!
Eu gostava que visses o tom em que falas comigo.
Não me fales dessa maneira!
Por favor, fecha a porta em vez de atirares com ela.
Não batas com a porta!
4.       Nomeie o comportamento em vez de rotular o seu filho: Ao aplicar esta dica da parentalidade positiva não rotule a criança ou o adolescente de “feio”, “mentiroso”, “desarrumado”, “desajeitado”, “preguiçoso”, “desobediente”, “vadio”, etc.. Em vez disso, e dizendo as coisas pela positiva, refira:
Foste feio, mentiste à professora. Não vais tornar a fazer isso. Confio em ti!
Fizeste um bom trabalho, arrumaste os brinquedos todos!
Boa! Fizeste tudo direitinho, como pedi. Fico contente!
Obrigada, por teres lavado o carro! Foi uma boa ajuda!
Obrigada por teres juntado as folhas do quintal. Esta muito bem!
Obrigada por teres ficado em casa a ajudar a por a mesa, em vez de ires com os teus amigos. Foi uma boa ajuda!
5.       Sejam claros sobre as medidas disciplinares: A aplicação de medidas disciplinares consistentes, reforçam as regras e limites familiares e ensinam os nossos filhos a ter comportamentos apropriados. Quando se está cansado, zangado, frustrado ou distraído, é natural que se reaja ou que se ignore o comportamento inadequado da criança ou adolesceste, por isso tente manter a calma ao utilizar a medida disciplinar. O seu filho quando comete a falta já deve saber qual a medida disciplinar que vai ter, pois esta foi definida quando estavam melhor capacitados para definir as regras e expetativas. Não utilize medidas disciplinares, como por exemplo, “Vais ver o que te acontece” ou “Vais ser castigado” sem as concretizar. Defina medidas justas, em termos de tempo e gravidade, à falta cometida.
  
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